Uma pessoa é o que ela parece ser?

By Paulo on domingo, março 15, 2009

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A Fotografia sempre me fascinou por poder brincar com a personalidade das pessoas e mecher diretamente com a auto-estima delas, gosto de exteriorizar os personagens que estão adormecidos dentro do incosciente de cada um, de criar situações com cores, formas e registrá-las. 


Estudando história da fotografia conheci uma fotografa lá de trás, da década de 60, chamada Diane Arbus. Ao ver o trabalho dela me identifiquei de cara, com o seu olhar e sua inquietação (típica do artista), ela fotografava o diferente, o que a sociedade de maneira hipócrita intitulava anormal. Assim como Diane, gosto do que choca e fascina ao mesmo tempo, vou no limite da normalidade e do que as pessoas fingem não ver, é o que alimenta e estiga o meu lado mais insano. 
A baixo vai um pequeno texto falando mais sobre o trabalho dela, é bem interessante, leiam!


Apesar de pertencer a uma família da alta burguesia e de ser fotógrafa de moda, Arbus optou por fazer de sua arte fotos despojadas de qualquer glamour. Os retratos são sempre em preto e branco. Percebe-se que seus modelos posam estáticos para ela, o olhar fixo na câmera. O que vê-se são pessoas cruamente expostas em sua precária condição humana, fortemente marcadas por um traço, ou vários, que as insere num grupo específico, uma comunidade ou o que hoje modernamente chamamos de uma “tribo”: imigrantes, travestis, velhos, nudistas, mascarados, atores, “freeks”, etc. Com isso Arbus abre um curioso diálogo entre aparencia e identidade, ilusão e crença, teatro e realidade. Uma pessoa é o que ela parece ser? Sua imagem funciona como um carimbo de identidade? Ou existe um “para além” da forma ? Apesar de profundamente inseridos num contexto social, para Arbus seus modelos são pessoas únicas que representam metáforas delas mesmas. Procuram, ao acentuar um aspecto físico, um detalhe qualquer na roupa, a diferenciação possível dentro do grupo a que pertencem. Numa tradução livre de suas palavras ela diz que seus modelos “inventados por suas próprias crenças são autores e heróis de um sonho que se faz real na medida em que nós, espectadores, nos permitimos deixar abismar” . Com seus retratos, ao evocar a cumplicidade de quem olha, Arbus permite que surja nesta relação tridimensional (artista, modelo e espectador) o espaço da criação. Seria este o “mais além” ? O lugar da fantasia de cada um? 

Nossa inquietação diante do estranho só é possível porque ele nos leva de encontro a um familiar que ficou esquecido, dormindo calado no inconsciente. Não raro diante de uma fotografia de Arbus surge o primeiro impulso de afastar o olhar, desconcertados “não queremos ver” para em seguida, querermos “ver” no sentido pleno de “olhar” (sentir o que se passa no nosso interior).


Ótima semana a todos,
Segunda começando bem com a visita de Renata, depois posto aqui o que rolou nesse encontro!

5 comentários for this post

Anônimo

- Muito bonito o seu POSt, e me incentiva a cada vez mais me interessar pela fotografia, as vezes fico me perguntando se eu tenho inveja de vocÊ!O.O, mais acho que não. Acho que você dispertou em mim um teresse que eu não sabia que tinha. E agradeco a você por isso você é uma otima incentivação para mim.
By: Jhonattan Karvalho

Posted on 15 de março de 2009 às 22:24  
Anônimo

Paulo parabéns pelo seu blog, ta lindo, como faz em todos seus trabalhos... Continue detonando nas fotos!!
E parabéns tambem pelo post, cultura pura na cabeça da pessoa. rsrs

Abraçãooo cara!!!

Posted on 16 de março de 2009 às 00:09  
Anônimo

Sentimentos..
PAixão
Curiosidade
Interesse
A busca pelo inesplicável , tudo isso é o resultado do teu trabalho e do teu reconhecimento.
Fotografia , fotografar é muito lindo mexe com os intimo das pessoas , com os mistérios que as vezes nunca foram desvendados.....
Adoro muito isso , adoro muito o teu trabalhoooo
E amo tu nego vei do meu coraçãoooooo :)

PARabens mais uma vez por isso aqqqqq
Saudadessssssss

Posted on 17 de março de 2009 às 16:48  

ai gostei do texto sobre a diane arbus... qndo tiver um tempo vou ler um pouco + sobre ela... bjokas papaulo

Posted on 17 de março de 2009 às 19:37  

insanidade já faz parte do seu dia a dia
no bom sentido é claro, se é que se tem bom sentido nisso!
mas eu já ouvi falar de alguns com muita sanidade "talvez", que artista é louco!
SOMOS!
a sua cara isso!!
e sei o que to dizendo!
de cabo a rabo e de rabo a cabo!
amo!

Posted on 17 de março de 2009 às 21:00  

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